É muito comum, no mercado financeiro, as pessoas comentarem sobre o “valuation” dessa ou daquela companhia. Mas você sabe o que é “valuation” e qual a importância dele no mundo dos investimentos? Traduzindo para o português podemos dizer que “valuation” significa “avaliação” de uma empresa, técnica esta utilizada globalmente e cuja finalidade é determinar o valor justo de uma ação, uma máquina ou uma fábrica inteira.
Pense bem, ninguém compra nada sem saber o preço. E quando o valor de um produto é informado, antes de adquirir você avalia se aquele valor é ou não justo. Principalmente se a ideia é revender e lucrar como acontece com o lojista que compra uma roupa qualquer do atacadista para comercializar no varejo. Ele não pode pagar R$ 100 por uma camiseta que vale R$ 50, caso contrário nenhum consumidor comprará dele.
No mercado financeiro também é assim. Não importa se o investimento será feito em uma empresa inteira ou se a ideia é apenas comprar um lote de ações. O “valuation” é usado não somente no mercado financeiro para avaliar ações, mas em situações de processo judicial como, por exemplo, o inventário de uma herança. Em resumo, é um método usado para determinação do preço considerando os fluxos de caixa da companhia ou com base na análise comparativa de múltiplos. Além de impedir que o investidor pague caro pela ação, o “valuation” possibilita identificar assimetrias de valor e preço e ajuda o investidor a determinar o preço justo da ação na hora da venda.
O “valuation” é considerado de extrema importância porque proporciona mais segurança no momento de se fazer investimentos financeiros. Com base no resultado encontrado para o “valuation”, o investidor ou analista compara essa avaliação com o valor de mercado atual e decide qual o melhor momento para comprar ou vender. É uma ferramenta para tomada de decisão, pois responde à famosa pergunta: a ação está barata ou cara?
Mas é importante deixar claro que o “valuation” não é infalível. Até porque sua definição é baseada em dados, em informações da empresa e do mercado e não no imponderável, que muitas vezes surge para atrapalhar previsões. Funciona como uma previsão do tempo. Na média, estatisticamente falando, os analistas acertam, mas existe uma margem de erro.
Para se fazer uma boa avaliação, no entanto, é preciso ter conhecimento, pois não se trata de um trabalho simples. Entre os métodos mais comuns, podemos citar dois com sendo os principais. O modelo de fluxo de caixa descontado (FCD) é uma das técnicas de “valuation” mais conhecidas e utilizadas por bancos de investimentos. É difícil de ser aplicado, entretanto, da mesma forma em que é possível aprender um idioma novo também é viável aprender o FCD. Empresários e consultorias adotam o FCD para analisar investimentos, aquisições e para calcular o valor de uma organização.
Outro método bastante usado, é a “análise comparativa de múltiplos”, principalmente quando se necessita de uma análise rápida e de fácil interpretação. Sua lógica tem como base a comparação de ativos similares, que seguem o mesmo padrão de valor entre empresas concorrentes dentro do mesmo setor e que possuam características semelhantes. Para calcular o múltiplo preço/lucro é preciso encontrar o preço/lucro da empresa que está sendo usada na comparação.
O “valuation”, portanto, é muito útil na compra de ações, mas também de grande utilidade para empresários que queiram saber o real valor de suas companhias. Sua aplicação, porém, exige a correta definição de premissas, dedicação ao estudo de capacitação e compreensão dos conceitos de contabilidade e saber o custo de horas envolvidas na análise.