As exportações têm roubado a cena dos mercados agropecuários, apesar de todo período turbulento.
No caso da carne bovina, não foi diferente. Os dados reportados pelo MDIC foram fortes durante todo o mês de maio. Com isto, caso este ritmo seja mantido, o embarcado em mai/20 deveria seria próximo de 152 mil toneladas. Cerca de 30% acima de abr/20 e 25% maior que o volume embarcado no mesmo período de 2019.
Além da fome dos principais importadores, o bom fluxo de novas habilitações continua firme. Recentemente, a Tailândia anunciou a abertura do mercado brasileiro de carne bovina com osso, em osso e miúdos. Mesmo que não seja um “game changer” é mais um tijolo para o escoamento da produção brasileira nos próximos meses.
O Brasil já atingiu o marco de 60 mercados externos abertos para produtos agropecuários desde janeiro de 2019. Sem dúvida a política externa neste sentido tem feito o trabalho em prol do agro brasileiro com excelência.
Em nossa opinião, a combinação deste bom trabalho com o déficit de proteínas na China de aproximadamente 24 milhões de toneladas deve alterar o mix de escoamento de mercado interno versus mercado externo de carne bovina do Brasil em 2020 e 2021 frente aos anos anteriores, que estava ao redor de 75-70% versus 25-30%, respectivamente.
Pelo do mercado interno, olhando para a oferta, boa parte dos fatores que poderiam forçar uma saída mais nítida de animais terminados já passou. No final de março tivemos o susto com a pandemia, entre abril e maio praticamente com o serviço de food service inerte com a quarente e a chega do frio no final deste mês.
Deste modo, é possível que haja pouco espaço para alterações da disponibilidade de animais terminados. O mesmo não pode ser dito pela ótica da demanda externa, no qual as variações podem ser mais eminentes, já que praticamente a cada mês temos bons ventos com nova habilitações e há uma concentração de grandes volumes em poucos compradores.