A relação entre os acontecimentos econômicos e os seus investimentos é direta. Não se pode ignorar o que ocorre com a política monetária e fiscal nas principais economias do mundo, pois essas economias se relacionam em maior ou menor grau, mas estão todas interligadas.
Assim, avaliando o que ocorre nas principais economias ao redor do mundo podemos perceber que movimentos que impactam seus investimentos são diretos. Mudanças nas taxas de juros dos EUA podem elevar a pressão sobre o câmbio e promover uma redução mais lenta dos juros no Brasil, dado que uma parte da nossa inflação tem relação com o câmbio. Além disso, o fluxo de capitais se redireciona para os títulos norte americanos e o custo do dinheiro fica maior. Em resumo, isso vai afetar a sua aplicação no fundo de renda fixa DI (Depósito Interbancário) e até a taxa de remuneração da sua tradicional caderneta de poupanç
E como esse impacto ocorre na prática? Imagine que atualmente parte das suas aplicações estejam em um fundo cambial e que rende bem quando o Dólar sobe, logo uma elevação da taxa de juros nos EUA combinado a uma elevação da incerteza política, econômica e eleitoral no Brasil faz o Real perder valor frente ao Dólar e as cotas do seu fundo se valorizam.
Esses impactos também podem vir de incertezas sociais e econômicas na Europa, gerando um risco maior sobre a estabilidade do Euro (moeda única) e promovendo mudanças na atuação do Banco Central Europeu, que pretende, nos próximos meses, reduzir, gradativamente, a política de afrouxamento monetário implementada desde a crise de 2008, e que podem impactar na dinâmica da economia do bloco.
Ou ainda, podemos ter uma crise econômica na China que provocaria uma queda no preço das commodities, reduziria o apetite dos investidores internacionais no Brasil e os fluxos do comércio exterior brasileiro. Além disso, afetaria as ações de empresas exportadoras listadas na bolsa, reduziria a entrada de novas divisas, impactaria na taxa de câmbio e atingiria o setor agropecuário nacional.
Ainda temos os efeitos da nossa economia, onde nos últimos dois anos (2015 e 2016) os impactos do mundo sobre o Brasil foram benéficos, o que prova que nossa crise foi provocada por erros internos da péssima gestão da nossa política econômica que promoveu: desequilíbrio fiscal, elevação da inflação e dos juros. Entretanto, esses equívocos passam por uma fase de correção e já podemos acompanhar a queda da inflação e dos juros SELIC o que tem contribuído para queda da rentabilidade dos fundos DIs, entretanto tem ajudado na elevação dos preços das ações na bolsa brasileira que segue subindo.
Em resumo, pensar em investimentos é pensar nos rumos da economia. Fique atento!