As perspectivas de queda da inflação e seus impactos sobre a curva de juros futuros continuaram a influenciar os mercados brasileiros em agosto. Os títulos de dez anos recuaram para o patamar dos 12% ao ano, o Ibovespa teve valorização de 6,16% e o índice Small avançou 10,90%. O dólar, por sua vez, ficou estável na casa de R$5,18.
O melhor desempenho das Small Caps é muito característico desse início de ciclo de recuperação das ações. Os preços muito deprimidos atraem compradores e os poucos vendedores pedem preços mais altos para se desfazer dos ativos, impulsionando altas expressivas. Vimos altas superiores a 50% desde meados de julho.
Outra característica de início de ciclo é o fato de ser aproveitado por poucos investidores. Os estrangeiros e alguns segmentos domésticos (mais especializados) são os grupos que têm aproveitado esse movimento para se posicionar agora. Por isso, deverão colher bons resultados no futuro.
O mercado geral (fundos de varejo, institucionais locais e pessoas físicas) estão dedicados a ganhar juros na renda fixa e só deverão voltar às ações quando o cenário estiver mais definido. Ou seja, quando os preços estiverem mais altos, perdendo oportunidades de ganhos e aumento o risco da carteira.
As preocupações com a economia internacional se mantiveram ao longo de agosto, principalmente com a crise energética que afeta a Europa, decorrente da redução do suprimento de gás pela Rússia.
Nos Estados Unidos, a discussão gira em torno do tamanho do ajuste monetário a fim de conter a alta da inflação. Na China, um mercado importante para o Brasil, o mercado tenta entender qual o novo nível de crescimento do PIB que deve vigorar após o período de pandemia.
A situação da economia do Brasil parece ser boa quando comparada com outras economias mundo afora. Sofremos antes o que muitos sofrem agora. As projeções de inflação estão em queda e do PIB, em alta, até mesmo para 2023.
Com essas estimativas positivas, os analistas estão querendo dizer que acreditam que independentemente do presidente eleito, teremos algum tipo de âncora que garanta o equilíbrio fiscal mínimo.
Pela primeira vez, em algum tempo, vemos o mercado ampliar o horizonte de um cenário mais favorável.
A preocupação com as contas públicas é justificável e enfatizamos que sem equilíbrio fiscal, a percepção de risco aumenta, fazendo com que os juros não caiam e a economia não cresça.
Olhando para o curto prazo, setembro mais especificamente, existem fatores que podem afetar os mercados e segurar o ritmo de alta que observamos desde julho: a acomodação da economia internacional e a fase final do processo eleitoral.
Um eventual movimento de alta mais ameno em setembro oferece a oportunidade de se posicionar em ações sem os atropelos de uma alta íngreme e insistente das cotações.
Vamos olhar mais à frente, o ano de 2023, que como dissemos no início deste tópico, mostra sinais positivos para a economia brasileira. Desejamos boa sorte nos negócios!