A ata da última reunião do FOMC não combinou com a realidade dos fatos que a sucederam, após uma série relativamente constante de indicadores macroeconômicos nos EUA demonstrando perda de ímpeto da atividade.
Neste contexto, se compararmos o que diz a ata e o que os membros até mais hawkish do Fed declararam durante as últimas semanas, tudo soa no mínimo incoerente e mais consistente com uma mudança de postura.
Estranhamente, o mercado ontem usou a leitura pretensamente mais hawkish da ata para reverter suas perdas e avançar ao risco, ainda que a ata sugira uma postura mais pesada de juros, contrariando a percepção anterior de que juros mais altos e menor liquidez seriam ruins para os negócios.
O que domina ao mercado agora na verdade é o medo de que a inação do Fed e de outros bancos centrais mundo afora ‘custem muito mais caro’ no futuro, ou seja, não subir juros agora pode demandar que os mesmos disparem.
Deste modo, os investidores que aplaudiam em coro a inação dos Bancos Centrais nos juros são agora os que cobram uma postura mais firme das autoridades monetárias, semelhante à claque ao Bacen quando os juros se aproximavam de zero e a consequente demanda por um aperto severo como o que tem ocorrido.
No cenário global, a situação ainda depende em grande parte da resolução dos conflitos entre Rússia e Ucrânia e no fim do lockdown e consequentemente, dos choques de oferta por parte da China.
A segunda maior economia do mundo se aproxima de sua eleição para fortificar ou rechaçar a continuidade de Xi Jinping e neste cenário, com a insistência na política de COVID Zero, Li Keqiang, o premiê e virtual concorrente de Xi começa a reforçar a preocupação econômica, semelhante à divisão que ocorreu no mundo.
Ele que tem arquitetado os aumentos de empréstimos pelo PBoC e a redução de juros, além de tentar arquitetar algumas reaberturas parciais, ou seja, briga pesada.
A permissão do escoamento de grãos ucranianos ao Mar Negro por parte da Rússia alivia brevemente a pressão sobre commodities agrícolas, mas ainda é incerta.
Hoje o foco fica aos EUA e o PIB, auxílio desemprego e mercado imobiliário, enquanto por aqui, a coleta de impostos para abril e custos de construção.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com uma leitura mais cautelosa da ata do FOMC.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com a elevação de juros na Coréia do Sul de 0,25% para 1,75% e no corte dos juros russos de 14% para 11%.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto à platina e ao paládio.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York com oferta apertada, embora a proibição da UE ao petróleo russo ainda seja incerta.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,32%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,8269 / 0,16 %
Euro / Dólar : US$ 1,07 / 0,272%
Dólar / Yen : ¥ 126,71 / -0,479%
Libra / Dólar : US$ 1,26 / 0,262%
Dólar Fut. (1 m) : 4825,16 / -0,07 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,42 % aa (1,13%)
DI - Janeiro 24: 12,97 % aa (-0,27%)
DI - Janeiro 26: 12,11 % aa (0,58%)
DI - Janeiro 27: 12,09 % aa (0,67%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,0009% / 110.580 pontos
Dow Jones: 0,6003% / 32.120 pontos
Nasdaq: 1,5117% / 11.435 pontos
Nikkei: -0,27% / 26.605 pontos
Hang Seng: -0,27% / 20.116 pontos
ASX 200: -0,69% / 7.106 pontos
ABERTURA
DAX: 0,485% / 14075,85 pontos
CAC 40: 0,599% / 6336,37 pontos
FTSE: 0,174% / 7535,81 pontos
Ibov. Fut.: 0,03% / 111280,00 pontos
S&P Fut.: 0,20% / 3984,25 pontos
Nasdaq Fut.: -0,107% / 11933,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,18% / 131,87 ptos
Petróleo WTI: 0,89% / $111,31
Petróleo Brent: 0,75% / $114,89
Ouro: -0,39% / $1.846,10
Minério de Ferro: -1,67% / $129,30
Soja: -0,18% / $1.678,75
Milho: -1,62% / $759,75
Café: 1,06% / $219,35
Açúcar: -1,68% / $19,35