Ainda no terceiro mês do ano, 2022 já proporcionou fortes emoções para o mercado financeiro. Investidores estão consumindo notícias como o aumento no número de casos da variante Ômicron da Covid-19, alta nos preços dos combustíveis, início dos ruídos eleitorais, aumentos de juros e tensões geopolíticas que culminaram na guerra entre Rússia e Ucrânia.
Em um cenário de inflação mais alta, por exemplo, o Banco Central tende a aumentar os juros para controlar a economia. Isso já vem sendo visto desde o ano passado. A Selic saiu de 2% a.a. e já atingiu a casa dos dois dígitos, atualmente em 11,75% e com sinalização de chegar a 12,75% na próxima reunião do Copom - a última do atual ciclo de aperto monetário, segundo o presidente da instituição Roberto Campos Neto.
Assim, conseguimos entender que acompanhar o movimento de juros no Brasil vem sendo uma estratégia eficiente para a composição de portfólio dos investidores. Todo esse panorama traz impactos para o mercado e para alguns ativos presentes nas carteiras de investimentos de parte dos brasileiros.
Ativos de grande volatilidade, como criptomoedas, já estão acostumados a passar por momentos assim. A Renda Variável também sente os impactos e reflete as incertezas em quedas de preços rápidas e acentuadas. Mas e a Renda Fixa?
Como fica a renda fixa em um cenário de incertezas?
A Renda Fixa se mostra muito importante em um cenário com tantas incertezas e volatilidades como os primeiros meses de 2022. Ter proteções, ativos de baixo risco e títulos com taxas de juros interessantes pode melhorar em muito a eficiência da sua carteira. Além disso, vale lembrar que o momento para alocação em títulos no Brasil é bastante atrativo. Porém, é preciso entender como a Renda Fixa funciona.
Para começarmos a escolha sobre como defender nossa carteira, é importante lembrarmos que um título de Renda Fixa remunera o investidor através de juros em uma das três modalidades a seguir: juros pós fixados, prefixados ou híbridos. Entender a diferença entre eles pode nos ajudar a entender a importância de cada um nesse momento.
Os juros pós fixados atrelam sua remuneração a algum indicador de referência. Normalmente, no mercado financeiro, utilizamos o CDI, que é um valor próximo da taxa básica de juros no país. Dessa forma, o investidor de um título pós fixado sempre receberá juros atualizados com o que está sendo praticado na economia. Já os juros prefixados são aqueles que prometem taxas fixas, que não mudam independente do que aconteça na economia. Nesse caso, é importante prestar atenção nos movimentos futuros da economia. Vejamos o exemplo de um investidor que alocou recursos em títulos prefixados quando a Selic estava baixa. Ele travou sua remuneração em um patamar que provavelmente não faz mais sentido hoje. Porém, com esse patamar de Selic que vemos atualmente, os títulos prefixados começam a pagar rentabilidades cada vez maiores e também podem oferecer uma contribuição muito positiva para os portfólios.
Por último, os títulos híbridos mesclam essas duas formas de remuneração. Eles corrigem algum indicador de referência e agregam uma taxa de juros acima dele. Como exemplo, podemos pensar nos famosos “títulos de inflação”. Nesse caso, a remuneração dos títulos oferece uma taxa de retorno acima da inflação, mantendo seu poder de compra.
Podemos perceber que a inflação é um ponto que exige muita atenção para o mercado financeiro. Em 2021, por exemplo, a inflação foi de mais de 10%. Isso significa que, para você ter um retorno positivo - que de fato te enriqueça - o rendimento da carteira precisava ser de pelo menos 10% ao ano.
Dessa forma, conseguimos entender a importância dos títulos atrelados à inflação para nas carteiras de investimentos. Mas tome cuidado, pois é fundamental fazer uma leitura crítica sobre o cenário antes de aplicar em Renda Fixa. É aconselhável ter um acompanhamento profissional e especializado, pois são diversos fatores em cena.