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A cautela que precede o agito

Publicado 08.11.2023, 08:58
Atualizado 10.01.2024, 08:22
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Os mercados internacionais iniciaram a quarta-feira (8) em queda, em sua maioria, em meio à cautela antes da fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell (11h15). Os investidores esperam que ele confirme que a taxa de juros nos Estados Unidos não subirá mais neste ano e começará a cair antes do fim do primeiro semestre do ano que vem.

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Qualquer sinalização que confirme ou refute essa expectativa tende a agitar os ativos de risco pelo mundo. Porém, Powell também pode se esquivar em dar pistas, uma vez que ele participa de um evento que marca o centenário da Divisão de Pesquisa e Estatísticas em Washington. Não parece, portanto, o local apropriado para falar de política monetária.

Daí porque os mercados estão na defensiva hoje. Os futuros dos índices de ações em Nova York apontam perdas na abertura, em meio ao sinal negativo vindo desde as bolsas da Ásia e contaminando as praças europeias. Entre as commodities, o petróleo segue no nível mais baixo desde julho, enquanto o minério de ferro voltou a cair em Dalian (China).

Sem incerteza

Aliás, ontem (7), não fosse o comportamento da Vale (BVMF:VALE3) e da Petrobras (BVMF:PETR4), o Ibovespa poderia ter subido ainda mais que a alta de 0,7%, aproximando-se de vez da marca dos 120 mil pontos. Ainda assim, a bolsa brasileira acumula ganhos de mais de 5% nos quatro pregões deste mês, ainda sem cair em nenhuma sessão de novembro.

O embalo por aqui veio da curva de juros, com o Comitê de Política Monetária (Copom) reiterando que a taxa Selic cairá ao menos por mais duas vezes, em meio ponto cada. Esse plano de voo até janeiro aliviou a rota do dólar, que, aliás, já está abaixo de R$ 4,90, caindo mais de 3% nestes primeiros dias de novembro.

Ou seja, por mais que se tente cravar por aí que há incertezas fiscais, não é bem isso o que os mercados domésticos indicam. Afinal, mesmo antes da traquinice feita pelo presidente Lula, que flexibilizou verbalmente a meta de 2024, já havia um pessimismo generalizado em relação à ambição de déficit zero no ano que vem.

É a reforma!

Portanto, embora a mudança da meta fiscal não seja a ideal, trata-se de algo que já estava embutido nos preços dos ativos locais. Daí, então, que a animação por aqui veio mesmo da aprovação da reforma tributária na CCJ, no meio da tarde. A proposta vai ao plenário do Senado hoje, a partir das 14h. Se aprovada, voltará à Câmara, já que sofreu alterações.

Mesmo com novas emendas, a aprovação da matéria na última etapa antes de ser apreciada pelos senadores foi algo digno de comemoração - tanto pela equipe econômica quanto pelo mercado. Afinal, as mudanças no sistema tributário continuam sendo positivas e podem encerrar uma longa fila de espera de cerca de 40 anos.

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