Mesmo em período de entressafra, os preços do açúcar cristal negociado no mercado spot paulista continuam em baixa. De acordo com pesquisadores do Cepea, compradores estão ainda mais retraídos, negociando volumes pequenos, visto que contam com estoque ou com o açúcar entregue por meio de contratos. Algumas usinas indicam que darão início à moagem da nova safra 2017/18 já na primeira quinzena de março, o que reforça a fraca demanda. De 13 a 20 de fevereiro, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal, cor Icumsa entre 130 e 180, caiu 1,5%, fechando a segunda-feira, 20, a R$ 82,12/saca de 50 kg.
ETANOL: COTAÇÕES TÊM NOVAS QUEDAS EM SP
Os preços dos etanóis tiveram novas quedas no mercado paulista na última semana, mesmo sendo período de entressafra. Para o hidratado, o maior número de usinas ativas no spot, visando liquidar estoques antes do início oficial da temporada 2017/18, foi o principal motivo das baixas. Para o anidro, a entrada de produto importado em SP reforçou a pressão sobre as cotações. Do lado da demanda, segundo pesquisadores do Cepea, o volume negociado teve pequeno aumento, refletindo a proximidade do Carnaval; esse movimento, porém, deve ganhar força no correr desta semana. De 13 a 17 de fevereiro, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado foi de R$ 1,6661/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), queda de 3% em relação à semana anterior. Para o anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ fechou a R$ 1,7524/litro (sem PIS/Cofins), recuo de 6,2% em relação à semana anterior. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa do hidratado posto Paulínia (SP) fechou a R$ 1.679,50/m3 (sem impostos) na segunda-feira, 20, desvalorização de 4,8% sobre a segunda anterior. As quedas desse Indicador podem ser explicadas, ainda, pela entrada de produto de outros estados da região Centro-Sul, especialmente, Goiás e Mato Grosso do Sul, no mercado paulista.
TRIGO: LIQUIDEZ DIMINUI, MAS PREÇO SEGUE FIRME
O ritmo de negócios envolvendo trigo no mercado doméstico voltou a se desacelerar nos últimos dias, mas os preços do cereal se mostram relativamente firmes na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. A desvalorização do dólar frente ao Real, que deve continuar favorecendo a importação de trigo, e dificuldades logísticas, devido à falta de caminhões – que estão voltados à entrega da safra verão, elevando os custos a compradores de trigo – desestimulam aquisições de novos lotes. Além disso, agentes de moinhos consultados pelo Cepea relatam que a demanda por farinha de trigo permanece abaixo do esperado, com compras pontuais para atender às necessidades de curto prazo. Diante do menor processamento, o estoque do grão tem se mantido alto, diminuindo o interesse de compra no mercado brasileiro. No Rio Grande do Sul, no entanto, a liquidez tem se mantido firme, devido à demanda de moinhos por trigo do próprio estado e leilões realizados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O preço médio do trigo CEPEA/ESALQ no RS fechou em R$ 515,29/t nessa segunda-feira, 20, alta de 0,55% em sete dias.
TOMATE: OFERTA ELEVADA PRESSIONA COTAÇÕES
O pico da safra de verão, que segue desde janeiro, somado às altas temperaturas na última semana resultaram em maturação acelerada de tomates em muitas regiões produtoras, pressionando ainda mais os valores do fruto. Nesse contexto, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, produtores precisaram descartar o excedente – tantos os que já foram colhidos quanto os que ainda estão nos tomateiros, já que os preços não cobrem as despesas com colheita e frete, e não há demanda suficiente por tomates, sobretudo por aqueles de classificação 1 A ou de pior qualidade. Esse cenário pode ser observado nas regiões de Itapeva (SP) e Caçador (SC), além de algumas praças de Minas Gerais, como Carmópolis de Minas. Entre 13 e 17 de fevereiro, as cotações caíram 11,6% para o tipo 2A e 7,97% para o 3A, comercializados na Ceagesp a R$ 13,33 e R$ 25,86 por caixa de 20 kg, respectivamente.