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5 Motivos Porque o Bitcoin Não Sobreviverá

Publicado 22.01.2018, 07:02
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O bitcoin, indiscutivelmente a criptomoeda mais popular do mundo, tem passado por um 2018 difícil até agora. Após um ano excepcional em 2017, a cotação da moeda caiu cerca de 20% até agora neste ano.

Em cerca de US$ 11.500, o preço do bitcoin está mais de 40% abaixo de sua máxima recorde em torno de US$ 20.000 atingida em meados de dezembro e aproximadamente US$ 140 bilhões deixaram sua capitalização de mercado.

Colapso do BTCUSD em 2018


Além da recente correção no preço, o bitcoin também perdeu sua supremacia no mercado de criptomoedas e agora possui apenas cerca de 32% de participação, significativamente mais baixo que os 85% que possuía em seu pico no ano passado.

Embora ainda seja muito cedo para afirmar que a festa do bitcoin acabou, certamente parece que as possibilidades futuras estão mudando de brilhantes para sombrias para a moeda digital mais valiosa do mundo. Estão abaixo cinco fatores que têm o potencial de levar o bitcoin à morte.

1. Lentidão nos tempos de transação

Neste momento, leva uma média em torno de 200 minutos para confirmar uma simples transação de bitcoin, de acordo com o site Blockchain.com. O tempo médio no mês de dezembro era de impressionantes 2.322 minutos, ou cerca de 38 horas, com muitos especialistas culpando o interesse sem precedentes na moeda digital pelo congestionamento na rede blockchain.

Tempo médio de confirmação de uma transação em bitcoin

Transações lentas levaram a uma série de divisões na blockchain original do bitcoin. Em agosto, a blockchain for forçada a se dividir em duas em um evento conhecido como "hard fork". Isso levou à criação de um subproduto do bitcoin chamado bitcoin cash. Outra bifurcação ocorreu em outubro, dando origem a outra ramificação do bitcoin chamada bitcoin gold, conforme a comunidade tentava tomar medidas para aumentar o número de blocos na rede.

Em comparação, a rede do ripple pode acomodar até 1.500 transações a cada segundo. Outras altcoins também são capazes de realizar transações em segundos. Por exemplo, uma transação de ethereum leva em torno de 20 segundos para ser confirmada.

Entretanto, esses números são fracos em comparação a serviços gigantes tradicionais de pagamento como a Visa (NYSE:V), que pode confirmar até 24.000 transações por segundo.

2. Tarifas nas alturas

As tarifas de transações nas alturas estão mudando fundamentalmente o bitcoin. Originalmente, um dos maiores pontos positivos do bitcoin era que os pagamentos das transações seriam rápidos, convenientes e, o mais importante, baratos.

"O custo da mediação eleva os custos de transação, limitando o tamanho mínimo da transação prática e reduzindo a possibilidade de transações casuais pequenas", escreveu Satoshi Nakamoto, fundador do bitcoin, em um artigo técnico que anunciava a tecnologia. Até o início de 2017, as tarifas do bitcoin tendiam a ficar bem abaixo de US$ 1. No entanto, nos últimos meses, o aumento da popularidade foi maior do que a capacidade da rede lidar com a demanda crescente.

Como resultado, a rede bitcoin como conhecemos hoje é radicalmente diferente do que foi em sua infância. As pessoas estão atualmente pagando em torno de US$ 25 em média para fazer transações utilizando a moeda digital, muito mais do que se via no início de 2017, conforme dados de BitInfoCharts.

Custo por transação do bitcoin

Em contrapartida, o custo médio da tarifa de transação do ripple é atualmente uma fração de um centavo de dólar, ao passo que litecoin e bitcoin cash registram tarifa média de transação de US$ 0,35 e US$ 0,30, respectivamente.

Esse aumento das tarifas levou um crescente número de comerciantes e empresas — que tentam concretizar a visão de Satoshi do bitcoin como uma plataforma para "transações causais pequenas"— a começarem a se afastar do BTC, dirigindo-se a redes alternativas e outras criptomoedas.

3. Regras e regulamentações mais duras

Após o rali impressionante de 1.900% no ano passado, o bitcoin iniciou 2018 de forma atribulada. Rumores atuais de regras mais duras e regulamentações mais rigorosas têm abalado os ânimos dos investidores, especialmente na Ásia.

A Coreia do Sul e a Índia, que se manifestou nesse sentido neste fim de semana, foram os últimos países a se manifestarem publicamente contra as negociações de bitcoin, com o Ministro da Justiça da Coreia do Sul afirmando que o governo considerava uma "proibição" na negociação de criptomoedas. Muitos dos maiores bancos privados da Índia suspenderam contas de corretoras de criptomoedas ligadas à negociação de bitcoin. As agências de aplicação da lei na Coreia do Sul também começaram a investigar as maiores corretoras do país por suspeitas de evasão fiscal.

A China realizou uma proibição semelhante no ano passado e sinalizou recentemente que irá aumentar sua repressão ao comércio de criptomoedas, tendo como alvo plataformas on-line e aplicativos móveis que ofereçam serviços como os de corretoras.

O que também gerou temores de um aumento no controle de reguladores globais foi um diretor do banco central da Alemanha que afirmou nesta semana que qualquer tentativa de regulamentar criptomoedas deverá ocorrer em escala mundial, já que regras nacionais ou regionais seriam difíceis de serem aplicadas em uma comunidade virtual e sem fronteiras.

Legalidade do bitcoin no mundo

Embora as criptomoedas tenham desviado de obstáculos semelhantes no passado, um esforço conjunto dos principais governos e das principais autoridades regulatórias do mundo com o intuito de abordar o problema poderia possivelmente ser a gota d'água para quebrar o bitcoin.

4. Problemas de mineração

O governo da China está planejando encerrar a atividade de mineração de bitcoin como parte de sua mais recente repressão à criptomoeda. Em 10 de janeiro, o Grupo Líder de Mitigação de Riscos Financeiros na Internet, regulador de financiamento na internet do país, solicitou que os governos locais realizem uma "saída ordenada" do setor.

A notícia é significativa porque a China minera cerca de 60% dos bitcoins do mundo, tornando-se de longe o maior país minerador de bitcoin no mundo. Soma-se a isso o fato de que maioria da atividade de mineração ocorre na China, o que poderia levar o caos à comunidade de bitcoin.

Localização dos pools de mineração de bitcoin

Outra causa de preocupação: uma sessão de mineração de bitcoin criava originalmente 50 bitcoins. O número então foi reduzido para 25 e agora está em cerca de 12,5. Alguns projetam que até 2020 irá cair para 6,25 bitcoins, o que tornará a mineração não lucrativa.

Se o bitcoin não for minerado, transações não são aprovadas e novos bitcoins não serão produzidos. Mais de 16.800.000 bitcoins já foram minerados em 13 de janeiro, aproximando-se da quantidade máxima de 21 milhões de bitcoins minerados. Uma vez que todos os bitcoins sejam minerados, isso significa que a oferta não poderá mais crescer.

5. Perda do anonimato

No início, um dos aspectos mais atraentes do bitcoin era seu anonimato. No entanto, isso parece estar mudando rapidamente, com reguladores e autoridades fiscais se inclinando a forçarem investidores a revelarem suas reais identidades.

A Coreia do Sul acabou de anunciar uma grande mudança na negociação de criptomoedas, afirmando que qualquer pessoa dentro do país que faça negociações precisará utilizar seu nome real. De fato, qualquer esquema que reduza o anonimado das transações de bitcoin poderia retirar muito de do apelo da criptomoeda.

Em novembro de 2017, a Coinbase, corretora de criptomoedas de destaque, sofreu uma grande derrota nas mãos do Serviço da Receita Federal dos Estados Unidos (IRS, na sigla em inglês), quando um tribunal federal da Califórnia ordenou que a corretora revelasse registros de identidade de todos os usuários que tiveram comprado, vendido, enviado ou recebido mais de US$ 20.000 em suas contas em um único ano entre 2013 e 2015.

O FBI também deixou muito claro que estão observando o bitcoin de forma muito próxima, e estão ficando cada vez melhores em encontrar as identidades reais das pessoas que utilizam a moeda para atividade ilegal. À luz da ameaça que representa para a cobrança de impostos e também os temores crescentes de aplicação da lei devido suas capacidades de abastecer mercados ilícitos, não seria uma surpresa que autoridades ao redor do mundo se tornem mais duras com o bitcoin.

Dito tudo isso, não é provável que as criptomoedas desapareceram tão cedo. Nossa aposta é que, no longo prazo, a tecnologia blockchain sobre a qual o bitcoin é construído irá prosperar, mas o preço da moeda em si irá entrar em colapso, o que fará com que seja suplantada por alguns de seus primos mais eficientes e mais jovens. Embora ninguém saiba ao certo, acreditamos que as altcoins que possuem as melhores chances de se tornarem líderes de mercado no lugar do bitcoin são ripple, dash e NEM.

Nos últimos meses, a empresa Ripple inscreveu várias instituição financeiras adicionais em sua rede blockchain, levando seu total de clientes a mais de 100, incluindo grandes nomes financeiros como o Santander (NYSE:SAN) da Espanha, o UniCredit (OTC:UNCFY) da Itália, o UBS Group (NYSE:UBS) da Suíça e o Standard Chartered (OTC:SCBFF) do Reino Unido. Mais instituições financeiras deverão se juntar à crescente rede global da Ripple neste ano, já que ela permite que bancos liquidem pagamentos internacionais de forma mais rápida e mais barata do que atualmente fazem através de redes globais convencionais de pagamentos.

O principal apelo por trás do ripple é que a rede conecta bancos, provedores de pagamentos, corretoras de ativos digitais e corporações através de sua rede de registros distribuídos, a RippleNet, para oferecer uma experiência sem conflitos para enviar dinheiro globalmente.

O dash tem tido destaque nas notícias graças a indicações de crescente aceitação por vendedores on-line e até mesmo lojas físicas como forma de pagamento. Até agora, a criptomoeda pode ser utilizada em mais de 100 sites e 300 lojas físicas para adquirir bens ou serviços.

Por fim, o software de blockchain do NEM é atualmente utilizado em uma blockchain comercial chamada Mijin, que está sendo testada por instituições financeiras e empresas privadas no Japão e internacionalmente. Os desenvolvedores alegam que isso reduziria os custos institucionais bancários em 90% enquanto torna o setor bancário mais seguro.

O dash oferece todas as mesmas características do bitcoin, mas também tem recursos avançados que resolvem muitos dos problemas encontrados em seu primo mais velho, incluindo transações instantâneas, que o tornam uma opção de pagamento mais atraente.

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