Na minha última coluna falei um pouco sobre como as eleições presidenciais norte-americanas poderiam afetar os investimentos dos brasileiros. No texto de hoje, quero dar continuação ao assunto e destacar alguns ‘drivers’ que todos os investidores precisam se atentar neste momento.
O primeiro ponto que eu gostaria de destacar e talvez seja o principal de todos diz respeito à Guerra Comercial envolvendo Estados Unidos e China. Vale destacar que as duas potências são parceiras comerciais importantíssimas para o mundo e os desdobramentos de um eventual acordo sem dúvida nenhuma afetaria o Brasil.
Isto porque parte da discussão entre as duas maiores economias tem relação com o comércio de produtos agrícolas. Caso o país asiático se comprometa a aumentar o volume de compras dos insumos norte-americanos, o Brasil e suas empresas podem sair prejudicados já que boa parte da demanda chinesa vem sendo atendida pelos produtores locais.
Neste sentido, tanto com o republicano Donald Trump quanto com o democrata Joe Biden, o impacto comercial negativo seria inevitável. Porém, uma vitória do Democrata poderia ser mais interessante para nós como país emergente já que ele tende a adotar uma política mais estratégica e integrada com os países aliados.
Mas afinal de contas, qual é o candidato preferido pelo mercado? Esta resposta é bem complicada. Existem investidores que acreditam ser Biden a melhor escolha por conta de seu perfil mais moderado, o que geraria menos ruídos do que a linha adotada pelo atual presidente.
Contudo, outros agentes de mercado preferem Trump posto que Biden pretende aumentar impostos para empresas, o que afetaria diversos negócios listados em bolsa. De forma resumida, não há como saber a preferência do mercado. Alguns analistas falam em um Ibovespa acima dos 110 mil pontos (como disse no artigo anterior) tanto com Biden quanto com Trump eleitos.
Outro ponto de atenção importante são as praças eleitorais americanas. Diferentemente do que ocorre no Brasil, onde o candidato com o maior número de votos vence, nos EUA o sistema confere a cada ente da federação um peso diferente. Ou seja, nem sempre quem tiver o maior número de votos entre os cidadãos sairá vencedor.
Desta forma, o que deve decidir as eleições são os estados que tendem a migrar seus votos com maior frequência como Iowa, Michigan e Flórida. Além disso, a composição final do Senado e do Congresso também deve ser determinante para entendermos os próximos movimentos da maior economia do mundo.
Por último e não menos importantes: os indicadores econômicos!
Neste momento, é fundamental olharmos para indicadores americanos como pedidos de seguro-desemprego e o PMI, que mede a produção industrial de cada país.
Os resultados das eleições podem ser influenciados pela evolução desses números e eles podem nos dar bons indícios do que vem pela frente.
Se você tem dúvidas sobre como proteger os seus investimentos neste ambiente de volatilidade, procure a ajuda de alguém especializado. Momentos como estes podem te ajudar a ganhar ou perder dinheiro. Tudo vai depender da sua estratégia.