Este artigo foi publicado originalmente em inglês no dia 28/06/2017
Ao se investir em ações do setor de energia nos EUA, é importante lembrar que a administração Trump tem uma atitude muito diferente no que diz respeito a produção de energia em comparação à administração Obama. O presidente Trump planeja falar sobre o setor norte-americano de energia na próxima quinta-feira e investidores deveriam escutar.
Nos Estados Unidos, o poder executivo, que é dirigido pelo presidente, possui amplo alcance em regulamentações de energia. O presidente também tem poder para fornecer assistência financeira a empresas do setor de energia através de garantias de empréstimos, concessões e compras diretas do governo. Quando o poder executivo favorece alguma empresa ou setor de energia, muitos consideram um sinal de bom investimento. Quando desfavorece, muitos consideram um sinal negativo.
Boa parte da energia dos EUA é produzida em terras cuja propriedade é do governo federal. Fraturamento hidráulico, mineração de carvão, perfuração offshore, turbinas eólicas e usinas fotovoltaicas normalmente se encontram em terras do governo e não podem acontecer sem permissões governamentais, o que dá ao presidente grandes poderes de escolha sobre o que terá a oportunidade de ter êxito. Além disso, ao menos quatro grandes agências do governo gastam recursos significativos estabelecendo e impondo políticas diretamente relacionadas à produção e uso de energia. Todas essas agências são controladas pelo presidente.
Durante o governo do presidente Obama, o governo estabeleceu a prioridade em fornecer assistência financeira para pesquisa, desenvolvimento e crescimento principalmente em novas empresas que gerassem energia limpa e renovável. A administração Obama forneceu garantias de empréstimos e concessões a empresas de painéis solares e de carros elétricos. A administração dispensou empresas de energia eólica e solar de leis e regulamentações que poderiam puni-las severamente pela morte de milhares de pássaros migratórios e ameaçados de extinção. E a administração anterior atingiu produtores de energia carbonífera — seus concorrentes — ao adiar ou negar licenças para empresas de energia carbonífera. Usinas a carvão, por exemplo, quase saíram do mercado devido a regulamentações. Para investidores nos EUA, empresas de energia verde e renovável tiveram grande apelo durante a administração Obama.
O presidente Trump, por outro lado, tem falado sobre promover exportações do setor de energia e aumentar a produção de combustível fóssil nos EUA. Ele tem prometido apressar o processo de aprovação para novos oleodutos e gasodutos e preparou o terreno para a aprovação do oleoduto da Keystone XL (NYSE:TRP) quase que imediatamente após assumir o cargo.
Aqui estão algumas das questões que investidores deveriam observar quando o presidente Trump falar sobre energia na quinta-feira:
- Ele falará sobre aumentar as permissões de exploração de petróleo e perfuração em terras públicas federais? Esse é um ponto importante, especialmente para produtores médios e pequenos de shale oil.
- Ele falará sobre acelerar oportunidades de extração offshore de petróleo e gás? Empresas estão esperando para ter acesso a esse recurso promissor, especialmente na costa do sudeste dos EUA.
- Ele falará sobre flexibilizar regulamentações baseadas no Plano de Energia Limpa? Caso ele o faça, isso ajudaria as empresas de mineração de carvão e usinas de energia a carvão a competir em um mercado cheio de gás natural barato. Durante os últimos anos, o carvão tem sido retirado do mercado devido à concorrência com o gás natural e às regulamentações do governo.
O que ele falará sobre seu objetivo de transformar os EUA em um exportador líquido de energia? Ele poderia oferecer um impulso ao valor dos portos, empresas de frete e usinas de liquefação de gás natural.