Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com
- 2021 foi mais um ano de alta para o Bitcoin; Ethereum se saiu ainda melhor
- Início ruim em 2022
- Razão 1: alta da inflação
- Razão 2: deterioração da confiança nas moedas fiduciárias
- Razão 3: maior aceitação dos criptoativos
Nada impulsiona mais um bull market que um incrível desempenho, acompanhado de histórias de criação de riquezas inimagináveis dos primeiros investidores. Durante a minha vida, nunca vi um ativo gerar tantos lucros como o Bitcoin para quem entrou no começo e manteve a posição.
A criptomoeda subiu de cinco centavos em 2010 para quase US$70 mil por token em 2021. O ganho percentual é enorme, e sua força magnética não é menos poderosa.
O sucesso do Bitcoin permitiu o surgimento do Ethereum, que também gerou uma riqueza formidável para seus primeiros investidores. Em 9 de janeiro, mais de 16.540 criptomoedas circulavam no mercado, tentando capturar a estrondosa demanda de investidores eufóricos, que desejam descobrir o próximo token a entregar resultados similares aos do Bitcoin.
Neste início de 2022, não podemos nos esquecer de que o Bitcoin e o Ethereum vêm de um ano que aumentou a riqueza dos investidores que se mantiveram firmes aos tokens. Três fatores podem impulsionar o Bitcoin, Ethereum e um conjunto de outras criptomoedas até máximas mais altas nos próximos anos.
No entanto, o risco é sempre uma função dos potenciais retornos, e o caminho para a riqueza deve enfrentar alguns obstáculos em 2022 e nos anos seguintes. Espere muita volatilidade no criptomercado e apenas invista o capital que você pode perder.
2021 foi mais um ano de alta para o Bitcoin; Ethereum se saiu ainda melhor
O Bitcoin se valorizou 57,81% em 2021, enquanto o Ethereum disparou +391,75%. Em 10 de novembro, as duas criptomoedas líderes atingiram novas máximas, quando a formação de padrões-chave de reversão em seus gráficos diários abriu espaço para uma correção.
A volatilidade não é algo novo para as criptos. É bastante comum que eles registrem movimentos alucinantes tanto para cima quanto para baixo.
Fonte: CQG
O gráfico acima mostra que o Bitcoin futuro saiu da mínima de US$28.440 até a máxima de US$69.355 em 2021. Seu preço de fechamento em 31 de dezembro, a US$47.175, ficou abaixo do ponto médio.
Fonte: Barchart
A faixa de negociação do Ethereum em 2021 foi de US$716,919 a US$4.865,426. A US$3.688,877 em 31 de dezembro, o preço estava bem acima do ponto médio do ano.
Mas, desde as máximas de 10 de novembro até 9 de janeiro de 2022, a tendência foi de baixa, e a venda continua no início de 2022, com o Bitcoin e o Ethereum atingindo preços abaixo de onde as moedas digitais encerraram o ano em 2021.
Início ruim em 2022
O Bitcoin futuro fechou a US$46.275 em 31 de dezembro, e a venda continuou na primeira semana de 2022.
Fonte: CQG
O gráfico mostra que o contrato futuro mais próximo do Bitcoin estava abaixo de US$41.800 per token no domingo, 9 de janeiro, um declínio de mais de 9,7% até agora em 2022.
Fonte: CQG
Já o Ethereum futuro fechou 2021 a US$3.685. Cotado a US$3.198 em 9 de janeiro, ele acumula desvalorização considerável de 13,2%, com desempenho pior que o do Bitcoin na primeira semana do ano-novo.
O Bitcoin e o Ethereum já estavam em tendência de baixa quando o Fed divulgou a ata de dezembro do Comitê Federal de Mercado Aberto no dia 5 de janeiro. Como barômetros da inflação, as criptos registraram mínimas mais baixas após a ata indicar um posicionamento mais rígido por parte da política monetária americana nos próximos meses.
Todos esses fatores sugerem que o Bitcoin, Ethereum e outras criptos tocarão o fundo e retomarão sua ascensão em 2022.
Razão 1: alta da inflação
Embora o Fed tenha mudado de tom, as ações falam mais alto do que as palavras. Em dezembro, o Fomc previu que a taxa dos fundos do Fed subiriam para 0,90% em 2022 e 1,60% em 2023. Mesmo que a inflação ceda, as taxas reais continuarão em território negativo em 2022, o que é inflacionário.
Se as criptos são barômetros da inflação, devem se mover para cima e atrair novos compradores em um ambiente em que a inflação continua sendo o perigo claro e presente. A inflação deteriora o poder de compra das moedas fiduciárias. As criptos são uma alternativa, já que seus valores são determinados por compradores e vendedores, sem qualquer interferência governamental.
Razão 2: deterioração da confiança nas moedas fiduciárias
As moedas fiduciárias estão respaldadas na fé pública e no crédito dos países que a emitem. O tsunami de liquidez e estímulos desde o início de 2020 acabou com a fé e o crédito nos governos.
A confiança é crucial para os valores das moedas. Embora o Índice Dólar siga em movimento de alta, ele só reflete o valor da moeda americana em comparação com o euro, iene, libra e algumas outras reservas. Quando se compara as moedas com os mercados de todas as classes de ativos, é possível perceber que a confiança se deteriorou, juntamente com os valores das moedas fiduciárias.
Razão 3: maior aceitação dos criptoativos
Cada vez mais empresas aceitam as criptomoedas como meios de troca a cada dia. As criptos refletem a evolução da revolução da fintech, em que a tecnologia finalmente chega aos pagamentos e as finanças. Com a queda da confiança nos governos e instituições bancárias tradicionais, as criptos oferecem uma alternativa aos consumidores.
A Square, empresa de pagamentos que mudou seu nome para Block (NYSE:SQ) no fim de 2021, é dirigida por seu fundador Jack Dorsey, que também fundou outra empresa, o Twitter TWTR. Ele saiu do Twitter no ano passado, a fim de se concentrar nas iniciativas de criptomoedas em 2022.
Em 2021, Dorsey afirmou que o Bitcoin e as criptos iriam “unir o mundo”.
Enquanto isso, mais portfólios investem em criptos, à medida que elas se tornam mais populares como veículos de investimento. O aumento das alocações de portfólio gera novas compras para a classe de ativos a cada dia.
Mas os riscos continuam
O principal risco é a regulação governamental. À medida que a classe de ativos cresce, ouviremos falar muito de “riscos sistêmicos” criados pelas criptomoedas. Mas a maior preocupação dos governos provavelmente é manter o controle da oferta monetária, o que se traduz em poder.
Com a capitalização de mercado da Apple (NASDAQ:AAPL) superando a marca de US$3 trilhões pela primeira vez no início de 2022, o valor de mercado de US$1,956 trilhão das criptomoedas em 9 de janeiro ainda não era uma questão capaz de gerar qualquer “risco sistêmico”.
Mesmo assim, a capitalização do mercado de moedas digitais cresceu 182,18% em 2021 para US$2,166 trilhões Um movimento similar em 2022 faria com que o valor de toda a classe de ativos chegasse a US$4 trilhões, o que acionaria o alarme dos órgãos reguladores e autoridades governamentais.
O Ethereum deve continuar apresentando melhor desempenho que o Bitcoin, pois é mais rápido e eficiente, e o Ethereum 2.0 é menos intensivo no uso de energia, em um mundo que enfrenta a mudança climática. Ele opera com base na prova de participação, e não no protocolo de prova de trabalho, o que lhe dá eficiência em comparação com a líder de mercado.
Minha expectativa é que tanto o Bitcoin quanto o Ethereum registrem mínimas mais altas nas próximas semanas e meses, antes de retomarem a ascensão que criou riquezas inimagináveis para um crescente número de adeptos da emergente classe de ativos.