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3 Questões-Chave Devem Movimentar o Petróleo nas Próximas Semanas

Publicado 02.12.2021, 10:24
Atualizado 09.07.2023, 07:31
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Publicado originalmente em inglês em 02/12/21

Os mercados petrolíferos afundaram na última sexta-feira, pressionados por notícias da pandemia provenientes da África do Sul.

WTI Weekly TTM

Pesquisadores locais em Botsuana anunciaram, no fim da semana passada, que haviam detectado uma nova cepa do coronavírus, denominada ômicron. As ações e o petróleo sofreram um duro golpe, com os investidores vendendo ativos de risco e correndo para portos seguros.

Nos Estados Unidos, foi comemorado, na sexta-feira, o feriado de Ação de Graças, por isso muitos investidores deixaram de acompanhar os mercados para aproveitar o dia junto às suas famílias, embora as bolsas estivessem abertas. O baixo volume de participantes pode ter contribuído para a volatilidade.

O barril de WTI encerrou o pregão de sexta com uma queda de mais de 13%, cotado a US$68,15, enquanto o Brent se desvalorizou 11,6%, a US$72,72 por barril.

Esse declínio foi motivado pelo medo e incertezas. Muito pouco se sabia sobre a variante ômicron, como seu potencial de dano e a extensão da sua disseminação. Muitos “especialistas” e autoridades governamentais esperavam o pior.

Rapidamente, diversos países, como Reino Unido, Holanda, Japão e Israel, decidiram fechar ou restringir o acesso em suas fronteiras.

Em alguns casos, apenas viajantes provenientes da região sul da África foram bloqueados. Japão e Israel fecharam temporariamente suas fronteiras para estrangeiros. Essas ações geraram receios de mais restrições a viagens e uma queda geral dos voos em todo o mundo.

Desde 26 de novembro, 56 países ao todo já haviam estabelecido algum tipo de restrição a viagens para “se proteger” da ômicron.

Em razão dessas reações à nova variante da Covid-19, juntamente com a incerteza que está provocando tanta volatilidade no mercado petrolífero, os investidores devem ficar atentos a três fatores capazes de impactar a perspectiva de demanda e os preços:

1. A queda foi apenas uma correção dentro de uma tendência de preços mais altos?

Os preços começaram a se recuperar na segunda-feira, com o barril de Brent atingindo US$77, antes de recuar para US$73,44. O Petróleo WTI alcançou US$72 por barril, antes de cair para US$69,95 no fim da sessão. Começaram a surgir indicações de que a variante ômicron poderia ser menos grave do que outras cepas do coronavírus, fazendo com que alguns países flexibilizassem as restrições a viagens e reduzissem sua duração.

Austrália, Israel e diversos países da Europa anunciaram que a variante ômicron já estava circulando entre sua população, dando esperança de que as proibições de viagem não seriam necessárias. Na quarta-feira,os EUA também anunciaram a existência da ômicron dentro das suas fronteiras.

No entanto, na terça e quarta-feira, os preços do petróleo voltaram a cair, após o governo Biden anunciar que poderia adotar procedimentos mais rigorosos de teste e quarentena de viajantes, dificultando as viagens com origem e destino no país.

Apesar da notícia de que a ômicron já havia se espalhado pelo mundo, o pânico parece ter recrudescido o medo de uma queda na demanda de petróleo. Até quarta-feira, esses temores ainda não haviam se dissipado.

2. O que isso significa para as previsões de preços do petróleo?

Como os barris de Brent e WTI estavam abaixo de US$70 na quarta-feira, 1 de dezembro, tudo levava a crer que as previsões da Opep e da Agência Internacional de Energia (AIE) eram mais precisas do que as fornecidas pelos bancos. Apesar de o cartel e a AIE terem fornecido projeções mais acertadas, não conseguiram determinar quando nem por que os mercados enfrentariam preços mais baixos.

Faltando apenas um mês para o fim de 2021, é pouco provável que os preços atinjam US$90 por barril nas próximas semanas, como alguns bancos haviam previsto ao longo do ano. Algumas instituições financeiras ainda estão convencidas de que os preços do petróleo podem subir. O Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34), por exemplo, chegou a emitir uma nota explicando por que seus analistas acreditavam que a liquidação do petróleo era exagerada e seus preços deveriam estar mais altos nas circunstâncias atuais.

3. Como esse movimento impacta a tomada de decisão da Opep+ para os próximos meses?

Após a queda dos preços a Opep e a aliança Opep+ adiaram em um dia suas reuniões para que tivessem mais tempo para avaliar o mercado à luz das novas notícias. O cartel se reuniu ontem, mas não discutiu questões envolvendo sua política de produção de petróleo, preferindo se concentrar em assuntos burocráticos, como orçamento e indicação de um novo secretário-geral.

Há sinais de que a Opep+ possa decidir interromper o aumento mensal programado de 400.000 barris por dia em sua reunião de quinta-feira, mas não está claro qual seria a duração dessa pausa. A Rússia e a Arábia Saudita não forneceram qualquer indicação quanto à sua intenção de suspender ou seguir adiante com os aumentos planejados de oferta. A única coisa que disseram foi que pretendem avaliar os indicadores mais recentes do mercado, em vista dos novos eventos.

Muitos analistas acreditam que o grupo irá suspender seus aumentos de produção devido à liberação de reservas petrolíferas estratégicas dos EUA e outros países, bem como à queda dos preços gerados pela ômicron. Na quarta-feira pela manhã, foi vazado um relatório interno da Opep para a Reuters, mostrando que o cartel previa um excesso de oferta de 2 milhões de barris por dia (mbpd) em janeiro, 3,4 mbpd em fevereiro e 3,8 mbpd em março de 2022.

Diversos analistas consideram que, em razão disso, a Opep+ não irá adiante com seus aumentos programados de oferta, mas não podemos dar isso por certo.

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