O lançamento das BDRs da canadense Sigma Lithium (BVMF:S2GM34) (NASDAQ:SGML) na B3 (BVMF:B3SA3) semana passada trouxe novamente em pauta o movimento de empresas brasileiras em fazer a abertura de capital no exterior. Apesar de ter o registro operacional no Canadá e com ações listadas na Bolsa de Toronto e na Nasdaq, a empresa foi idealizada no Brasil e 46% de sua participação são de propriedade da A10 Investimentos, um fundo de private equity brasileiro cuja sócia, Ana Cabral, é CEO da Sigma.
É cada vez mais comum ver empresas brasileiras optando por abrir capital diretamente no exterior, especialmente nos Estados Unidos, sem lançar ações na B3. Algumas outras chegaram a ter ações no Brasil, mas fecharam e agora só estão presentes no mercado norte-americano. Com um mercado mais maduro, as bolsas de Nova York e da Nasdaq atraem principalmente – mas não só – startups financeiras e negócios focados em tecnologia.
Hoje, são 19 empresas brasileiras negociando no exterior, sem ter ações na Bovespa (apenas BDRs). Com chances de obter maior visibilidade e múltiplos mais altos negociando por lá, além de um menor custo de capital para financiamento, o mercado no exterior vem se tornando mais atrativo para negócios estrangeiros.
Usando o InvestingPro, selecionamos três empresas brasileiras listadas nos EUA que prometem ser boas oportunidades a partir do segundo semestre de 2023. Como ponto em comum, as três possuem nota de Saúde Financeira acima da média (>2,75) e potencial de valorização do Preço-Justo alto.
PagSeguro (NYSE:PAGS)
Negociando na NYSE desde o começo de 2018, a PagSeguro é uma das queridinhas do mercado fintech brasileiro. Cotada ao fim do pregão da sexta-feira em US$10,86, a empresa é uma das líderes no mercado de pagamentos e serviços financeiros digitais.
O InvestingPro indica seu Preço-Justo como US$17,95, no entanto. O que significaria uma valorização de 65,3% em relação à cotação atual – a maior entre as brasileiras que estão listadas nos EUA. A Saúde Financeira tem nota 3,38 (B). Outros indicadores corroboram o otimismo em relação à PagSeguro, como o P/L (10,9x), o EV/EBITDA (2,3x), a Margem Bruta (50,4%) e o Fluxo de Caixa Livre (US$563 milhões).
O BDR da ação é o PAGS34, com cotação atual de R$10,25 e 56,4% de potencial de valorização no Preço-Justo.
CI&T (NYSE:CINT)
Focada em tecnologia da informação e desenvolvimento de softwares e com sede em Campinas, a CI&T negocia na NYSE desde o fim de 2021 e cresceu bastante na última década como negócio. Seu preço atual é de US$5,98, mas o InvestingPro aponta como Preço-Justo o valor de US$9,41, com um upside potencial de 57,3%.
O potencial é corroborado pela Saúde Financeira de 2,91 (C) . Entre os indicadores interessantes estão a Margem Bruta (34,8%), o ROE médio dos últimos 5 anos (53,0%) e o ROIC médio dos últimos 5 anos (19,3%).
A CI&T não tem BDR em negociação na B3.
Vitru (BVMF:VTRU3) (NASDAQ:VTRU)
Holding focada em educação à distância, a Vitru abriu capital na Nasdaq em 2020 e captou US$96 milhões no IPO. A empresa apresenta bons fundamentos e fechou a semana cotada em US$16,50, enquanto o Preço-Justo do InvestingPro seria US$23,06, com upside potencial de 39,8% para o médio prazo.
A Saúde Financeira de nota 3,06 (B) é um dos pontos altos da Vitru. Entre as métricas mais interessantes estão o EV/EBITDA (9,6x), o P/VPA (1,2x), a Margem Bruta (63,4%) e o Crescimento da Receita (146%).
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OBS: Os dados apresentados no texto foram coletados na sexta-feira, 28 de julho de 2023.
Este artigo é apenas informativo; não constitui recomendação de investimento e nem pretende incentivar a compra das ações mencionadas. Lembre-se que toda empresa deve ser analisada por diversos pontos de vista e investir no mercado de renda variável sempre implica em riscos.