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2 Eventos Estão Movimentando o Petróleo, Além da COP26

Publicado 04.11.2021, 09:57
Atualizado 09.07.2023, 07:31
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Publicado originalmente em inglês em 04/11/2021

Além da cúpula do clima COP26, em Glasgow, outros dois grandes eventos estão dominando o mercado petrolífero nesta semana.

Primeiramente, a Opep e a Opep+ agendaram reuniões para hoje (quinta-feira, 4 de novembro), no intuito de avaliar as políticas de produção para dezembro. Em segundo lugar, o governo Biden deu um duro golpe na indústria americana de óleo e gás, ao propor novas regulações ao metano emitido durante a produção de petróleo e gás, através de uma norma apresentada no âmbito da agência americana de proteção ambiental.

1. Reunião da Opep+

Alguns países consumidores, como Índia, Japão e Estados Unidos, vêm pressionando países produtores, como a Arábia Saudita, a aumentar a oferta e aliviar o que consideram ser custos excessivos de combustíveis.

Petróleo semanal

No entanto, suas necessidades nacionais não constituem necessariamente uma preocupação para a Opep+, que não parece estar muito simpática ao seu pleito neste momento.

Em lideranças passadas, a Opep costumava considerar o impacto negativo dos custos excessivos de energia na economia global, pois poderiam acabar prejudicando a demanda de seus produtos. No entanto, não parece que a Opep+ esteja preocupada atualmente com uma demanda menor por causa do encarecimento da energia e do seu efeito no crescimento econômico mundial.

O Comitê Técnico Conjunto da Opep+ se reuniu na semana passada, em preparação para a reunião ministerial desta semana, e discutiu novas previsões de demanda. Os especialistas técnicos da Opep+ rebaixaram suas expectativas de crescimento de demanda no quarto trimestre e agora consideram uma escassez de 300,000 barris por dia (bpd) de petróleo, em relação à estimativa anterior de US$1,1 milhão de bpd.

Isso indicaria que a Opep+ não vê problema em continuar com seus atuais planos de aumentar a produção em apenas 400.000 bpd em dezembro. Analistas de mercado também parecem esperar que a Opep+ continuará com o status quo de adicionar apenas 400.000 bpd em dezembro. Se a aliança seguir com as ações previstas, não haverá qualquer surpresa no mercado. No entanto, no improvável cenário em que a Opep+ decida aumentar sua produção, o mercado deve reagir mal e cair, ainda que temporariamente.

Uma autoridade americana do setor de energia fez um comentário um pouco estranho, que fez as pessoas se perguntarem se a Casa Branca estaria considerando levantar as sanções contra o Irã, caso a Opep+ não elevar a oferta. O governo Biden está sofrendo pressão para reduzir os preços internos do petróleo, gasolina e gás natural. A Casa Branca parece disposta a tentar culpar a Opep+ pelos altos preços, em vez das novas regulações domésticas e do ambiente de financiamento do setor. (Ver mais sobre o assunto abaixo).

É pouco provável, entretanto, que a Casa Branca levante as sanções ao Irã sem que o país persa negocie mudanças no seu programa nuclear. Há rumores de que a Casa Branca possa liberar petróleo da sua Reserve Estratégica, mas isso não deve aliviar a pressão dos preços. Mesmo que os EUA liberem 100 milhões de barris, isso equivale a apenas um dia de demanda global. Além disso, as refinarias americanas estão operando perto da capacidade atual e não devem aumentar a produtividade em razão das liberações de reservas estratégicas.

2. Novas regras ambientais contra o metano

Em consonância com o discurso do presidente Biden na COP26, o departamento de proteção ambiental americano anunciou novas regulações sobre a liberação de metano durante a produção e transporte de óleo e gás. Isso pode acabar impactando mais de um milhão de poços atuais e novos, além de tubulações e instalações de armazenamento.

As normas propostas ainda não ficaram claras. Além disso, precisam passar pelo processo regulatório normal antes de entrarem em vigor. Não é possível determinar o que as regras significariam para o dia a dia dos produtores de petróleo, a não ser que seus custos irão aumentar e algumas das suas operações se tornarão pouco ou nada lucrativas.

O impacto imediato das normas ambientais propostas está sendo negativo na indústria de energia. Desde o início do governo Biden, a indústria vem hesitando em investir no aumento de produção. E isso só aumenta sua hesitação.

Da mesma forma, deve reduzir o financiamento a projetos de óleo e gás, em razão da insegurança jurídica no setor. Operadores menores serão gravemente impactados por essas regras, enquanto grandes operadores devem conseguir diluir melhor os custos. No entanto, as empresas de pequeno porte são as que estão perfurando novos poços nos EUA, ao passo que as maiores preferem evitar fazê-lo.

Por outro lado, a Casa Branca ainda alimenta expectativas de que os preços do petróleo e do gás irão cair. É por isso que ela vem pressionando a Opep+ a elevar a oferta. Ao mesmo tempo, o próprio governo gera obstáculos internos à produção, fazendo com que os preços subam. É difícil imaginar um cenário de aumento de produção nos EUA com o atual governo na Casa Branca.

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