Os estragos causados pelo furacão Ida à rede elétrica de Louisiana, nos EUA, chamaram a atenção para os mercados de energia. Eventos climáticos extremos, devido ao aquecimento global e sua devastação, parecem fazer parte da nova realidade global.
Essa nova realidade está ressaltando a necessidade de desenvolver fontes de energia sustentável e renovável, de forma que organizações ambientais, agências públicas e sociedade civil se uniram no debate sobre como as fontes renováveis podem ajudar no fornecimento de energia.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), a capacidade mundial de energias alternativas cresceu 45% de 2019 a 2020. A taxa de crescimento, principalmente em capacidade instalada de energia solar e eólica, foi impressionante, apesar da pandemia do coronavírus.
A AIE afirmou:
“A expansão supera o nível recorde de incremento anual de capacidade instalada de 2017-2019 em mais 50%, de tal forma que as fontes renováveis devem responder por 90% da capacidade mundial de energia em 2021 e 2022”.
Outros relatórios também indicam que as energias alternativas foram a única fonte energética a registrar aumento de demanda no ano passado, enquanto o consumo de outros combustíveis caiu. A redução dos custos da energia verde também tem ajudado em sua adoção. Além disso, a energia limpa tem importância estratégica para o governo Biden, em meio às preocupações cada vez maiores com o meio ambiente.
Por isso, discutimos hoje dois fundos negociados em bolsa (ETFs) que podem ser adequados para investidores que querem se beneficiar dos maiores níveis de demanda de fontes renováveis.
1. SPDR S&P Kensho Clean Power ETF
- Preço atual: US$97,47
- Média de 52 semanas: US$60,11 -150,00
- Retorno do dividendo (Yield): 0,75 %
- Taxa de administração: 0,45% ao ano
O fundo SPDR® Kensho Clean Power (NYSE:CNRG) investe em empresas mundiais que obtêm receita com a geração de energia limpa. Essas empresas estão geralmente envolvidas em inovações de energia solar, eólica, hidráulica e geotérmica. O ETF começou a ser negociado em outubro de 2018.
O CNRG possui 43 participações e rastreia o índice S&P Kensho Clean Power. Os 10 principais nomes respondem por cerca de 30% do seu patrimônio líquido de quase US$367,5 milhões. Em termos setoriais, temos componentes eletrônicos e equipamentos (18,19%), seguidos de utilidade pública (15,67%) e semicondutores (13,99%). Cerca de 74% das empresas estão sediadas nos EUA. Em seguida temos China (8,19%), Canadá (7,73%), Brasil (3,99%) e outros.
Entre os principais nomes da carteira estão Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34); First Solar (NASDAQ:FSLR) (SA:FSLR34), fornecedoras de soluções de energia solar fotovoltaica; a chinesa JinkoSolar (NYSE:JKS); o grupo de tecnologia Enphase Energy (NASDAQ:ENPH) e Array Technologies (NASDAQ:ARRY), que fabrica sistemas para montagem de projetos de energia solar.
Embora o fundo tenha entregado um retorno de 54% nas últimas 52 semanas, acumula queda de 11% neste ano. O CNRG atingiu a máxima recorde em fevereiro, mas ficou sob pressão desde então. Possíveis investidores de longo prazo podem considerar investir nesses níveis.
2. Global X Renewable Energy Producers ETF
- Preço atual: US$16.50
- Média de 52 semanas: US$14,0-20,25
- Retorno do dividendo (Yield): 2,57%
- Taxa de administração: 0,65% ao ano
O fundo Global X Renewable Energy Producers (NASDAQ:RNRG) investe em empresas que produzem energia de fontes renováveis, como energia solar, eólica, hidráulica, geotérmica e biocombustíveis. O fundo foi listado em maio de 2015.
O RNRG possui 44 participações e rastreia os retornos do índice Indxx Renewable Energy Producers. Os 10 principais nomes do fundo respondem por cerca da metade do seu patrimônio líquido de US$143,7 milhões.
Utilidade pública responde pela maior porção, com 89,9%, seguida de indústria (6,5%) e materiais (2,3%). Cerca de 13% das empresas vêm dos EUA. Em seguida temos, Nova Zelândia (10,2%), Canadá (8,9%), Brasil (8,6%) e Espanha (7,4%).
Entre os principais nomes da carteira estão: a empresa de utilidade pública austríaca Verbund (DE:VERB) (OTC:OEZVY); o grupo espanhol de energia renovável EDP (SA:ENBR3) Renovaveis (LON:0ML1); a dinamarquesa Orsted A/S (CSE:ORSTED), que constrói fazendas eólicas; Brookfield Renewable Partners (NYSE:BEP), que detém ativos que geral eletricidade a partir de recursos renováveis; a fornecedora de soluções solares Sunrun (NASDAQ:RUN).
Diversos países estabeleceram rígidas metas de emissões. Com isso, nossa expectativa é que haja uma mudança global para a energia de fontes renováveis.
No último ano, o fundo acumula alta de quase 13%, mas, em 2021, registra queda de 9%. Sua máxima recorde foi tocada no início de janeiro. Leitores interessados encontram bom valor nos níveis atuais.