Mesmo após a devastação do primeiro trimestre, os investidores não acreditam muito que o segundo trimestre será muito melhor que o anterior, haja vista que a crise do coronavírus – que está prejudicando as empresas e sua lucratividade – continua causando estragos nos mercados.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse aos americanos nesta semana que deveriam se preparar para “semanas muito, muito dolorosas", na medida em que o vírus continua infectando mais pessoas e colocando vidas em risco.
Em meio a essa incerteza e medo, é mais desafiador encontrar investimentos promissores. Para ajudar, elaboramos uma lista de 10 ideias de ações nas quais os analistas de Wall Street veem algumas oportunidades atraentes para investidores de longo prazo, após o ímpeto indiscriminado de vendas nas semanas que passaram e que estão por vir possivelmente.
4 ações pagadoras de dividendos
Agora que muitas empresas estão suspendendo seus dividendos para preservar caixa após esse enorme choque à economia, está ficando cada vez mais difícil para os investidores escolherem ações seguras e pagadoras de dividendos que podem continuar fornecendo um fluxo constante de renda.
Para ajudar, o Goldman Sachs escrutinou o índice Russell 1000 para encontrar empresas com histórico de 90 trimestres consecutivos de distribuição ininterrupta de dividendos. Essas empresas também têm muito caixa e balanços patrimoniais saudáveis, declarou o Goldman em nota.
Alguns dos nomes mais fortes nessa lista são Home Depot (NYSE:HD), IBM (NYSE:IBM), 3M (NYSE:MMM) e Cisco Systems (NASDAQ:CSCO).
“Essas são as empresas do Russell 1000 que demonstraram seu compromisso constante com sua distribuição de dividendos e não tiveram um desempenho ruim em relação ao índice desde o pico de mercado”, declarou Cole Hunter, estrategista de carteira do Goldman nos EUA, em uma nota emitida na segunda-feira.
3 “Large Caps”
O Bank of America também apresentou suas “10 principais ideias para o mercado americano”, incluindo ações que têm a capacidade de sobreviver a um ambiente operacional altamente desafiador.
A lista inclui a gigante da tecnologia Apple (NASDAQ:AAPL) para a qual, de acordo com o banco, a maioria das notícias negativas sobre o coronavírus já estão precificadas. Após afundar 26% desde a máxima de janeiro, os papéis da Apple agora estão cotados a US$ 240,91, oferecendo uma entrada atraente para investidores curto e longo prazo. O banco tem recomendação de compra na ação, com preço-alvo de US$ 300.
O conglomerado industrial e multinacional Honeywell (NYSE:HON) também está entre as principais escolhas do Bank of America, graças ao seu forte balanço patrimonial, risco operacional menor e geração de caixa.
“Consideramos que a diversificação da Honeywell, seus pedidos firmes e seu mix de receitas de ciclo longo gerem receita acima da média”, declarou o banco, definindo o preço-alvo de US$ 155 para a ação, que fechou ontem a US$ 129,71.
Os produtos de consumo básicos também são outro setor onde os investidores podem se refugiar se houver uma recessão intensa. A Procter & Gamble (NYSE:PG), fabricante mundial de produtos de consumo e proprietária de marcas como Crest, Tide e Bount, é uma forte candidata nesse grupo.
A P&G oferece produtos essenciais que os consumidores precisam comprar, independentemente do ambiente econômico. Por isso, é uma das primeiras ações que muitos bancos de renome recomendam quando a volatilidade toma conta do mercado e à qual os investidores recorrem em buscam de um crescimento lento mas contínuo de capital, distribuição confiável de dividendos.
Depois de disparar mais de 80% desde meados de 2018, as ações da P&G também foram impactadas pela turbulência do mercado, após caírem 12% neste ano Elas fecharam o pregão de ontem a US$ 109,33. O Bank of America tem recomendação de compra para o papel, com preço-alvo a US$ 135.
3 gigantes da tecnologia
De acordo com o Credit Suisse, embora o setor esteja afundando, algumas ações de tecnologia emergirão mais fortes assim que a incerteza relacionada ao coronavírus se dissipar. Essas empresas se beneficiarão de negócios desafiadores e da preferência dos consumidores no mundo pós-coronavírus.
As transições abrangem, entre outros aspectos, a mudança da publicidade local para o ambiente online, maior volume de compras de itens de supermercado e luxo no comércio eletrônico, maior porcentagem de trabalhadores em teletrabalho e um declínio nas viagens a negócios. Entre as empresas que se beneficiarão dessa enorme mudança estão a Amazon (NASDAQ:AMZN) e a Alphabet (NASDAQ:GOOGL), empresa controladora do Google.
“A expectativa é que essas empresas atraiam mais valor, graças ao seu balanço patrimonial, quadro funcional e desenvolvimento de produtos, permitindo que atuem na ofensiva, e não na defensiva, nesse ambiente”, afirmou a nota. “Nesse sentido, acreditamos que a Amazon e a Alphabet podem sair dessa crise com maior valor intrínseco”.
Embora seja difícil vislumbrar um rápido repique nas ações quando a maioria do mundo desenvolvido impôs restrições de movimentação, o Credit Suisse prevê uma oportunidade no site de viagens Booking.com (NASDAQ:BKNG), assim que os isolamentos pela Covid-19 forem encerrados. Em sua visão, a empresa está bem capitalizada e podem ganhar mais participação de mercado de operadores vulneráveis.