Depois de os mercados globais se arrastarem nos últimos três dias, testando a resiliência dos investidores, hoje é dia de divulgação da inflação ao consumidor no Brasil (IPCA) e nos Estados Unidos (CPI). Os números podem levantar os negócios, renovando o apetite por risco neste ano, ou afundar de vez os ativos, dando início a uma correção mais firme.
Isso porque os índices de preços em dezembro são peças-chave para a primeira “Super Quarta” de 2024, no fim deste mês. Enquanto a esperada alta do IPCA em 2023 abaixo do teto da meta não deve ser suficiente para acelerar os cortes na taxa Selic depois de março, o CPI deve definir se o ciclo de queda do Federal Reserve começa ainda neste trimestre.
As apostas de início do alívio monetário nos EUA em março ainda são majoritárias, com cerca de 65% de chance. Porém, essa possibilidade já foi bem maior e vem sendo colocada em xeque desde a ata da última reunião de 2023 do Fed, na semana passada, lançar dúvidas quanto a um ritmo tão rápido e agressivo nos cortes dos juros norte-americanos.
CPI define o dia
É isso que está em jogo nesta quinta-feira (11). A previsão é de aceleração na taxa anual do CPI, para 3,2% em dezembro, vindo da mínima em cinco meses de 3,1% em novembro, enquanto a leitura mensal deve ter a maior alta em três meses, de 0,2%. Já o núcleo do indicador deve cair a 3,8%, na mínima desde maio de 2021, depois de ficar em 4% nos últimos dois meses.
Portanto, se confirmados, os números tendem a embaralhar o cenário. De um lado, dá argumentos ao Fed para evitar declarar vitória contra a inflação. De outro, reforça os motivos do mercado de cautela exagerada da autoridade monetária. Ou seja, o cabo de guerra só terá um vencedor caso o CPI venha muito diferente do previsto, para mais ou para menos.
Daí porque a direção do dia só será definida a partir das 10h30. Nesta manhã, os futuros dos índices acionários em Nova York avançam, animando o pregão europeu, após uma sessão positiva na Ásia. O {{8849|petróleo} também exibe ganhos firmes. Mas até aqui, o Ibovespa mais caiu do que subiu, acumulando perdas de 0,9% nesta semana e baixa de 2,5% neste começo de ano novo. Já o Dow Jones e o S&P 500 têm duas altas em três sessões.