MILÃO (Reuters) - Um tribunal italiano desistiu nesta segunda-feira de um processo contra o governador da região norte da Lombardia, Attilio Fontana, e outras 11 pessoas devido à forma como lidaram inicialmente com a pandemia de Covid-19, mostrou um documento judicial.
Em 7 de junho, outro tribunal desistiu do mesmo caso contra o ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte e o ex-ministro da Saúde italiano Roberto Speranza.
Os promotores da cidade de Bérgamo, no norte, epicentro do surto de Covid-19 na Itália em 2020, colocaram Conte, Speranza e outras 17 pessoas sob investigação por homicídio culposo e manejo inadequado da epidemia.
Na segunda-feira, os três juízes do tribunal da cidade de Brescia também remeteram o caso ao Ministério Público para os cinco restantes acusados de se recusarem a praticar atos oficiais.
O tribunal escreveu em sua decisão que as acusações feitas contra Fontana e os outros eram "infundadas" porque os governos de todo o mundo, inclusive na Lombardia, estavam lidando com uma situação epidemiológica nova e excepcional.
Os advogados de Fontana, Jacopo Pensa e Federico Papa, saudaram a decisão. “Ele sempre agiu de acordo com a lei e com a consciência, não facilitou a pandemia e não provocou as mortes que lhe são atribuídas”, afirmaram em comunicado.
A associação de parentes das vítimas da Covid-19 afirmou que seus membros estavam perplexos. "Ninguém terá que responder às famílias das vítimas... por que todas as medidas preventivas exigidas pelas leis italianas e europeias não foram tomadas", disseram eles em um comunicado por e-mail.
(Reportagem de Emilio Parodi)