Por Ambar Warrick
Investing.com – Os preços do ouro atingiram a máxima de nove meses nesta quinta-feira, após um forte movimento de alta na sessão anterior, diante do compromisso do Federal Reserve de continuar aumentando os juros nos EUA, o que acabou prejudicando o dólar e elevando os temores de uma desaceleração econômica mais profunda neste ano.
O metal amarelo teve um desempenho melhor do que outros metais ao longo desta semana, e a reunião do Fed acabou aumentando sua atratividade como porto seguro. Os preços do ouro subiram mais de 1% após o Fed elevar os juros a um ritmo relativamente menor de 25 pontos-base (pb) e reconhecer seu progresso contra a inflação. Mas o banco central americano também expressou incerteza com o pico das taxas.
Isso alimentou expectativas de uma pausa nas elevações de juros por parte do Fed em meados de 2023, com uma possível redução das taxas no fim do ano, diante do arrefecimento do crescimento econômico norte-americano. Esse cenário tende a ser positivo para o ouro.
O ouro à vista subia 0,25%, negociado a US$ 1.955,04 por onça-troy, enquanto o ouro futuro saltava para US$ 1.970,55 por onça às 8h50 de Brasília.
A ascensão do ouro coincidiu com o forte enfraquecimento do dólar, que tocou a mínima de mais de nove meses contra uma cesta de divisas. O banco de investimento ING prevê que o Fed provavelmente subirá os juros mais uma vez antes de anunciar uma pausa.
A moeda americana também foi pressionada pela perspectiva de aumento de juros por parte do Banco Central Europeu e do Banco da Inglaterra, o que acabou impulsionando tanto o euro quanto a libra esterlina. A expectativa é que ambos os bancos subam as taxas básicas em 50 pb cada e sinalizem mais elevações, na tentativa de conter a inflação em alta.
Mas esse aperto das taxas também pode exercer pressão sobre a economia mundial, o que, em conjunto com a fraqueza percebida do dólar, beneficia o status do ouro como porto seguro.
Outros metais preciosos também avançavam. A platina subia 0,6%, a US$ 1.018,50 por onça, enquanto a prata subia 2,8%, a US$ 24,270 por onça, no mercado futuro.
Por outro lado, os metais industriais, como o cobre, recuavam em vista do temor maior de recessão neste ano.
No mercado futuro, o cobre era negociado a US$ 4,1787 por libra na quinta-feira, após despencar quase 3% na sessão anterior.
A incerteza com a recuperação econômica da China também exercia pressão, após a divulgação de dados mistos do maior país importador de cobre do mundo.