Garanta 40% de desconto
🚀 Ações escolhidas por IA em alta. PRFT com alta de +55% em 16 dias. Não perca as ações de junho!Acessar lista completa

Por que os juros brasileiros são os maiores do mundo?

Publicado 07.02.2023, 18:28
Atualizado 09.07.2023, 07:32
USD/BRL
-
MERV
-
BVSP
-

Pragmatismo jogado pela janela?

Desde a última sexta-feira, 3, o meu WhatsApp tem piscado furiosamente com a mesma notícia.

Lula critica taxa de juros e escala o confronto com BC, diz manchete do jornal Valor
Fonte: Valor Econômico

E os juros futuros, que vinham em uma tendência baixista, tomaram outro rumo.

Juros futuros disparam a 13,2%
Fonte: Bloomberg

Todo o mercado está tentando entender os motivos do novo presidente comprar uma guerra com o Banco Central (BC).

E quais serão os impactos dessa guerra para o futuro do país.

Herança maldita

O objetivo do presidente Lula e seu time seria de jogar no governo anterior o ônus de uma Selic que saiu de 2% e subiu até 13,75% ao ano.

Faz sentido. Afinal, na ânsia de ganhar as eleições, o último governo promoveu aumento forte de gastos em um ambiente de inflação global subindo.

O Banco Central apenas utilizou sua única ferramenta de combate à inflação – subiu os juros até controlar a inflação e colocá-la em trajetória que atinja a meta no "horizonte relevante".

Por que os juros brasileiros são os maiores do mundo?

Apesar de toda a retórica política, a culpa dos juros altos do Brasil é dos nossos próprios governantes.

O Banco Central tem apenas o dever de segurar a inflação, e a inflação brasileira (IPCA) está acima da meta de 3,25%.

IPCA em 5,8%, acima da meta de 3,25%
Fonte: Bloomberg.


É simples: mais gastos pela população (e governo) puxam a inflação para cima. O BC sobe os juros para reduzir o quanto as pessoas gastam e baixar a inflação.

E, com a alta dos juros desde julho de 2021, o BC vem conseguindo trazer a inflação de volta para a meta.

Câmara aprova PEC 'fura-teto' com quase R$ 150 bi de rombo no Orçamento para 2023, diz manchete da Jovem Pan
Fonte: Jovem Pan

A população vem gastando menos (o PIB cresce menos), mas os gastos do governo só aumentam – o BC não tem escolha, precisa subir juros para segurar a inflação.

Mais inflação, mais crescimento?

Se fosse verdade, a Argentina e a Venezuela seriam os países que mais crescem no mundo.

Argentina lança nota de 2.000 pesos em meio à inflação de quase 100%, diz manchete do MoneyTimes
Fonte: MoneyTimes


Mas não são. A inflação tira a capacidade dos investidores de se planejar, eles investem menos e a economia cresce menos.

Os países que mais crescem no mundo (China, Índia, EUA) têm inflação sob controle.

Se nosso BC não sobe os juros para segurar nossa inflação, o real perde força e o impacto é no dólar – as pessoas fogem para a moeda forte.

Aconteceu no Brasil quando a Dilma baixou os juros "na marra" (Tombini no BC), aconteceu na Argentina recentemente.

A bolsa sobe na Argentina?

Muitos analistas dirão que as ações são resistentes à inflação pois conseguem elevar preços e resultados em um ambiente de preços em alta.

Mas com a inflação alta e economia no buraco, as empresas, obviamente, têm resultados e cotações prejudicados.

SPX subiu 59% nos últimos cinco anos, enquanto o IBOV em dólar registrou queda de 16%
Fonte: Bloomberg.

A melhor forma de proteger seu capital será mesmo investir em dólares nos EUA (onde a inflação é baixa).

O índice Merval possui apenas 23 empresas (86 empresas no IBOV) e uma alta concentração em commodities e bancos (igual ao IBOV, com 30% commodities e 30% bancos).

Exportadoras e bancos parecem conseguir resistir bem a juros altíssimos e economia em crise.

Compramos exportadoras e bancos?

Sim, mas olhando o gráfico acima, seria MUITO melhor investir nos EUA.

Exportadoras conseguem contratar empréstimos em dólar (sua receita é em dólar), e seu mercado, por definição, não depende da economia de seu país de origem.

Bancos, apesar de uma grande fragilidade com a inadimplência, conseguem repassar juros mais altos facilmente em novos empréstimos.

Mas é hora de termos muito cuidado com nosso patrimônio. É hora de extrema cautela.

IBOV só sobe quando juros caem

Os juros são tão altos no Brasil que dominam a economia e a bolsa. O Ibovespa só sobe de forma consistente quando os juros caem.

O IBOV não sobe desde o fim de 2019, antes (do forte aumento de gastos) da pandemia.

Gráfico mostra que o IBOV não sobe desde o fim de 2019
Fonte: Bloomberg.

E, com o governo gastando mais e atacando o Banco Central, não temos um ambiente em que os juros possam cair no futuro próximo.

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.